segunda-feira, 12 de abril de 2010

Avaliação da tolerância de cor

Na avaliação da cor impressa não existe uma forma clara e objectiva de determinar se o resultado da cor corresponde às expectativas do cliente e àquilo que ele esperava como resultado final.

Assim que o impressor atinge as densidades de cor durante o processo de afinação do equipamento, habitualmente faz-se uma análise visual para comparar as primeiras folhas com a prova de cor de forma a verificar a aproximação de tons. Estas comparações ocorrem também durante a tiragem de forma a comprovar a consistência da cor. Os clientes e designers têm tendência a fazer o mesmo tipo de análise visual para comprovar a correspondência e consistência da cor.

Para muitos dos intervenientes no processo gráfico, é o "olhómetro" que tem a palavra final sobre a qualidade ou falta dela de uma impressão. No entanto, este método comporta algumas limitações pelo facto de a visão estar condicionada por um instrumento complexo: o cérebro humano. Este último pode muito facilmente induzir-nos em erro. Vejamos o exemplo seguinte:












Ao olharmos para esta imagem, somos levados a dizer que identificamos espirais verdes e azuis. No entanto, aquilo que está representado são apenas espirais verdes (R0, G255, B151). Se cortarmos uma selecção da imagem e sobrepusermos podemos verificar que de facto se trata da mesma cor.








De facto, as cores envolventes podem causar erros tremendos na percepção correcta das cores, tornando assim o "olhómetro" num instrumento pouco eficaz para a análise de cores.

1- O "olhómetro" tem função Auto-Balance

O olho humano "reconhece" uma área próxima do branco como sendo branco e ajusta todas as cores envolventes. Este tipo de situação pode levar a situações em que verificamos no monitor uma zona como branca, onde na impressão não deveria existir trama, mas de facto acaba por ser impresso um ligeiro véu. O olho reconheceu a área como branco quando de facto ela não o era.

2- O "olhómetro" não tem memória de cor
O olho humano reequilibra as cores quando olha para dois objectos diferentes. Este facto torna a comparação de duas cores separadas, nem que seja por uma pequena distância, em algo impossível. A única forma de proceder à comparação entre duas cores é cortando uma amostra da mesma e sobrepô-la sobre uma amostra.









3- O "olhómetro" não consegue avaliar pequenas variações
De forma a avaliar a variação de tons onde é necessária grande prescisão, por exemplo impressão de logótipo e marcas, é necessário recorrer a amostras com os extremos de variação possível. Uma das formas é recorrendo a um livro de amostras da marca com perfurações. Desta forma as cores envolventes não vão influenciar a análise visual, ao mesmo tempo que se analise se a impressão está dentro dos limites espectáveis de variação da cor.












4- O "olhómetro" é influenciado pelo tamanho da área de cor impressa
Por esse motivo, muitos vezes pode parecer que existe correspondênicia entre a pequena amostra e uma área impressa. No entanto, se a área de impressão dessa cor for maior, vai parecer que não existe correspondência. Assim, deve-se tentar encontrar amostras de tamanhos semelhantes à área a analizar.

Este artigo foi traduzido com a autorização de Gordon Pritchar, autor do blogue "Quality In Print" a partir do post "Tolerancing color by eye" disponível em http://qualityinprint.blogspot.com/2010/03/tolerancing-color-in-presswork-by-eye.html

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